sexta-feira, 1 de junho de 2012

Segunda - feira

Começou como uma segunda-feira típica - pensando bem tinha que começar numa segunda -, era inverno e estava a habitual neblina nas ruas. 
Acordei cedo, o que foi estranho já que costumo me atrasar nas segundas. Liguei o rádio pra ouvir as notícias enquanto tomava banho. O de sempre: mortes, assaltos, roubos. Nada que realmente chamasse a atenção. Troquei-me e tomei um café rápido, pois queria aproveitar a falta de trânsito matutino. Liguei o carro e sai.
As ruas vazias e o céu nublado me fizeram pensar: ”Porque não fiquei em casa debaixo das cobertas?”, mas como em toda segunda-feira eu tinha coisas realmente importantes pra resolver.
Ao chegar no escritório encontrei apenas a secretária. Liguei o computador e fui matar o tempo até o compromisso chegar e foi nesse momento que percebi.
Não sei bem como nem quando tinha começado, mas o pânico estava geral, ninguém sabia ao certo o que estava acontecendo e como agir, com exceção de alguns nerds e gamers, pessoas dizendo que era uma epidemia, outros que era uma nova droga, contudo a maioria acreditava no apocalipse.
Calmamente eu desliguei o computador, peguei o notebook do chefe, enchi a garrafa de água, disquei o ramal da secretária e perguntei se mais alguém tinha chegado. A resposta foi o óbvio não! Desci as escadas, expliquei pra Hana o que acontecia e ela, é claro, não acreditou.
Antes de sair do escritório eu precisava de uma arma. Procurei na cozinha: vassouras, rodinhos, facas de sobremesa, panelas, mas nada disso serviria pra minha defesa. E agora? O local mais próximo com alguma possibilidade de ter arma seria a loja de esportes que ficava 2 quadras do escritório. Mas como chegar lá? Cheguei a conclusão de que o quanto antes eu saísse maiores as chances de sucesso.
Foi quando ouvi o grito, Hana tinha descoberto a verdade da pior forma! Fui correndo até a portaria e encontrei a secretária chorando no chão, abraçando as pernas. Quando olhei pelo vidro vi cerca de 12 pessoas coberta de feridas, pele branca e olhos vítreos, com dentes amarelados e resmungando. A sorte dela foi que, por medo de assaltos, tinha um vidro de segurança.
Quando me ouviu ela virou os olhos pra mim com uma única frase silenciosa: Socorro! Uma súplica que eu compreendia muito bem e por isso só disse:
            “Me siga, seja rápida e silenciosa, se não fizer nada estúpido sairemos dessa vivos.”
E esse foi o começo de mais uma segunda-feira, mas que outro dia seria melhor para começar o apocalipse zumbi do que uma segunda-feira?

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